quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três parágrafos para Gabriela.

 Eu nunca entendi por que as estrelas simplesmente não despencam do céu mesmo após saber que na verdade elas são ora planetas ora explosões que ocorreram a milhões e milhões de anos que percorreram anos luz e agora, estão diante de nossos olhos. A verdade é que por mais estudioso que eu tenha sido, eu sempre vou ser um grande sonhador incorrigível apaixonado pela ideia de possuir as estrelas. Por que no amor puro e irrevogavel não ha espaço para a razão mesmo quando se sabe que a carne é fraca e morte é certa.



Eu não me lembro bem da primavera em que eu vi seu rosto pela multidão só me lembro da sensação de emoção profunda que meu coração sentira ao ver os teus joelhos, tão tímidos, naquela saia com motivos primaveris.
As estações que se seguiram me parecem tão turvas quanto a minha visão agora, no inverno: suas mãos envolvidas pelas luvas de cachemir; no verão: suas bochechas rosadas e sua pele queimada do sol, na primavera: seus joelhos tímidos sempre amostra em suas saias leves, e no outono: seu olhar nostálgico ao ver as flores morrerem; seu luto á beleza da primavera que morria em silencio.
Eu, homem feito, tive medo de amar toda sua pureza e me entregar a esse amor tão inalcançável quanto as estrelas, por isso, nesse outono como as flores, vou me entregar a morte e talvez dessa forma meu corpo apodreça e renasça em flor para te encantar e fazer-te sorrir em alguma primavera da sua existência.