domingo, 27 de março de 2011

refúgios.

eu olho as luzes da cidade e me vejo longe, num futuro cheio de saudade das paixões inspiradoras da juventude.

 
Algumas pessoas têm refúgios, cafeterias, casa de amigos, cama do namorado nada muito fora do comum, mas todos com um significado excepcionalmente especial.

As luzes exageradamente coloridas me cegavam. As vezes me perguntava se eu estava sob o efeito de algum tipo de algum anabolizante alucinador, mas não, estava na lucidez da minha desgraça sob um céu cheio de sonhos. As crianças se apaixonavam pela noite, pelas luzes, por aquela roda gigante da vida. Eu também estava apaixonada. Mesmo não sendo uma criança, mesmo estando convicta que não havia ninguém especial a ser amado em minha vida, mesmo eu não tendo motivos para sorrir, mesmo estando no brinquedo mais chato do parque; eu era jovem novamente, em meus jeans surrados; fugindo dos padrões, fugindo das responsabilidades, fugindo do comum, fugindo do previsto.
O celular tocou pela decima vez, desliguei, e continuei vivendo minha paixão adolescente pela vida pela eternidade relativa de minhas memórias.